terça-feira, 24 de junho de 2008

Socorro, eu não tenho culpa.

SOCORRO, EU NÃO TENHO CULPA.

Ajude-me, eu juro que sou inocente. Estou aqui plantado há 98 anos, sou quase secular. Já ajudei a produzir riquezas para esta cidade. Fui responsável pela transferência de milhares e milhares de metros cúbicos de água do mar, para que essas evaporassem e produzissem o melhor sal do Brasil.


Ajudei a manter milhares de empregos de salineiros, conferentes, barcaceiros, marinheiros, mestres, escriturários, mecânicos , gerentes e até diretores, para que alimentassem suas famílias. Certo que a mecanização me aposentou, as bombas elétricas ocuparam meu lugar.


Mesmo não trabalhando mais, coloco-me á entrada dessa terra como uma lembrança, um ícone, um verdadeiro símbolo de força e coragem do trabalhador das salinas de Macau.


Já fui esquecido, deteriorado, quase me transformei num monte de pedaços de madeiras e ferros retorcidos. Fui recuperado pelos homens de bem dessa terra.


Hoje estou novamente precisando de reformas. Ninguém vê? Será que nem um filho de Macau que passa diariamente pela minha frente notou que minhas pás estão se desmanchando? Um pequeno retoque nas minhas palhetas, pedacinhos de tábuas, alguns pregos e um pouco de tinta para minha maquiagem. Só isso. Deixe-me comemorar meu centenário em 2010.


Não pertenço nem fui construído por nenhum ex-prefeito. Hoje sou patrimônio de Macau.


Não deixem acontecer comigo o que aconteceu com o teatro Hianto de Almeida.


Ainda há tempo, é só uma questão de responsabilidade e vergonha...


Um comentário:

Anônimo disse...

PUTA QUE PARIU, já não basta a praia que ainda tá desmantelada, o teatro que por falta de manutenção caiu o teto, o ginásio de esportes que não pode ver chuva, a AABB que serve só de sucata, a ponte que nem flávio nem ninguém fez nada; e agora o nosso cartão de boas vindas... que governinho chibata é esse?